Tuesday, October 30, 2007

Amy AMy, AMY!



29 de outubro de 2007. 21h28. Depois de uma hora de espera, apos a prestacao do grupo Reamonn, o publico, ja a perder paciencia, ve enfim o seu desejo realizar-se. As luzes apagam-se, cai a fina cortina que escondia o palco, a banda, o enorme cartaz com o nome da artista- AMY WINEHOUSE. Enquanto o grupo entoa as primeiras notas, o publico jubila, gritando e aplaudindo a entrada iminente da artista. E la vem ela, magra e fragil, como uma crianca que nao percebe bem o que la esta a fazer, avancando para o microfone, hesitante, como se a isso fosse obrigada. Olhar fugitivo, entre o chao e o vazio, com raras escalas para o publico, e mais frequentes para o baixista (Dale Davis, que nos foi apresentado por ela mais tarde); quando a voz dela se faz ouvir, eh uma autentica viagem no tempo, a soul dos anos 60 renasce no timbre ora saturado ora cristalino desta crianca com voz de veterana. O concerto eh atipico do principio ao fim, Amy bebe, canta de copo na mao, para no meio da musica para ir fazer sabe se la o que atras do palco, depois volta a correr para retomar a cancão, que o publico cantou enquanto ela divagava. Não, o concerto da Amy Winehouse não tem nada a ver com um concerto "normal". A Amy tem a fragilidade dos génios, inadaptados ao nundo, artista/autista que se exprime melhor cantando do que de qualquer outra forma. Quem la foi a espera de um concerto tradicional perdeu o seu tempo e dinheiro. Quem la foi pra ver a Amy que se ouve no album tambem. Um album estudio eh uma prefiguracao do talento do artista. O concerto eh uma comunhão, uma expressao bem mais livre e forte das emocoes atraves da musica, e a Amy conseguiu faze-lo. "Le talent fait ce qu'il peut, le genie fait ce qu'il veut."

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