Sou um jovem angolano cosmopolita e quis, ao criar este Blog, partilhar com vocês os meus gostos e desgostos, comentários sobre aquilo que me interessa. Todo comentário é bem vindo, desde que seja respeitada a coisa mais importante neste mundo: o direito a uma opinião.
Friday, January 11, 2008
AYO TECHNOLOGY
I am definitely not tired of using technology... I feel like I am just getting started!
Wednesday, January 09, 2008
American Election: internet and the Campaign
A Internet tornou-se hoje em dia incontornável na vida de muitos cidadãos do século XXI. E não só nos países desenvolvidos, mas tambem em todas as zonas urbanas dos países em vias de desenvolvimento. Eu falo quase quotidianamente com o meu irmão e com o meu amigo PH que vivem em Luanda, via internet. É portanto possível hoje, se quisermos, estarmos ao corrente de tudo o que se passa no mundo, em tempo real. Depois, tudo é uma questão de centros de interesse. O meu irmão, que viveu muitos anos em França, seguiu via internet as eleições presidenciais que cá decorreram; o PH, acérrimo fã do Paris Saint Germain, não perde um resultado do seu clube favorito, mesmo se já voltou para Luanda a alguns anos.
Esta gigantesca platéia mundial não podia escapar por muito mais tempo aos homens políticos, desejosos de fazer chegar a sua mensagem ao maior número possível, o mais rapidamente possível. Com a internet, eles ganharam o jackpot. Hoje, na google, digita-se o nome de qualquer candidato à candidatura presidencial americana, e há três constantes: a página oficial (geralmente o nome do candidato seguido do famoso .com ), a página wikipedia (enciclopédia em linha, grátis, e cujos artigos são escritos pelos próprios internautas, deixando margem para imprecisões, mas frequentemente corrigidas pelos adminidtradores e visitantes) e a página mySpace. O resto dos artigos será função da actualidade de cada um nos media, tratando-se sobretudo de artigos de jornal ou... de blogs!
A guerra da comunicação já nã se passa só nos media tradicionais. Por prova, os debates entre candidatos de ambos os partidos, transmitidos pela CNN, tiveram a parceria do site youtube.com, a partir do qual os cidadãos americanos puderam fazer perguntas aos candidatos; MySpace, inicialmente criada para que cada jovem (são sempre os primeiros utilisadores de tais novidades) desse a conhecer o seu universo, ideias, música, etc. Hoje, os 18-30 anos são o alvo privilegiado das páginas MySpace dos candidatos, e o conteúdo difere radicalmente do das páginas oficiais, abertas a um leque mais extenso de potenciais votantes.
Interactividade acrescida, maior proximidade, melhor acesso aos programas, comunicação mais directa, mais moderna, debates em forums, chats... tudo isso facilita de certa forma o acesso dos candidatos à população e vice-versa. Mas que repercussões reais terá este novo media na cena política, a médio e longo prazo? E até que ponto esta ferramenta não é usada como apenas mais um meio de propaganda, mais eficaz e perigoso que todos os outros? Nada é tão fácil como criar um blog de aparência séria e difundir rumores e meias verdades: o media buzz faz o resto. O mais interessante no progresso que representa a internet numa campanha presidencial é também o mais perigoso: a aparente liberdade. Pois nunca se sabe quem pode estar atrás de um blog, de um rumor, de uma mentira bem difundida. A questão é de saber quem é que acaba por ganhar realmente com este fenómeno. O povo, a politíca, os candidatos, youtube?
American Elections: personal genesis
Porquê que eu, nascido em Angola, crescido entre Lisboa, Luanda e Paris, onde actualmente resido, me interesso pelas eleições americanas? Porque não falar das recentes eleições no Kenya, com as desastrosas repercussões que teve para o país e para o equilíbrio da região? Ou das eleições em França, que levaram Nicolas Sarkozy ao poder em Maio de 2007? Ou das futuras eleições em Angola (há de ser abordado o tema, não se preocupe caro leitor)?
Resposta há muitas, e nem sempre muito elucidativas; mas para além da enorme mediatização do acontecimento nos orgãos de imprensa mais variados (ninguem pôde escapar estas ultimas semanas ao confronto Clinton-Obama), para além da enorme influência que tem o presidente dos USA na cena internacional, há também uma razão mais terra-a-terra: quando eu estava no liceu, no 11º ano (première), tinha aulas de inglês à quinta feira às 8h da manhã. Mesmo se já foi à muito tempo, todos nós sabemos que, se já é difícil parea qualquer aluno estar concentrado durante a primeira aula do dia, quando é uma aula de inglês, às 8h, a tendência é prolongar a noite interrompida pelas obrigações escolares ou fazer os deveres para a aula de matemática...
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A minha professora na altura, Mme Caillaud, consciente de tal facto, não nos impunha uma aula catedrática sobre as regras de gramática e os verbos irregulares. Para ela, estudar uma língua estrangeira implicava também estudar uma cultura diferente, então durante um ano, a primeira aula de quinta feira era dedicada a uma sessão de análise de programas televisivos americanos e britânicos. Ora, nessa altura, havia eleições nos Estados Unidos. Durante semanas, ela passou nos debates e notícias sobre o assunto, e conseguiu verdadeiramente captivar a nossa atenção. Aprendemos como se desenrolavam as eleições por sufrágio universal indirecto, como os candidatos antes de ganhar o direito de se apresentar pelo Partido tinham q ganhar as eleições primáris internas, etc., etc.
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Ao contrário do meu irmão, que sempre foi apaixonadíssimo por política, eu não me interessava tanto, sobretudo aos 16 anos; mas essas aulas foram tão captivantes, que abri os meus horizontes um pouco além do basket, hip hop e literatura. O adolescente apolítico que eu era (eu diria mesmo anti-político, de tanto eu considerar, mesmo sem muito conhecimento da coisa, que todos os homens políticos eram corruptos e hipócritas) começou a antever, através de uma simples eleição presidencial, todas as implicações, toda a energia, todo o talento de comunicação que era necessário para levar um indivíduo ao mais alto cargo de uma Nação. Essa dimensão é humana e ao mesmo tempo descomunal: uma campanha é uma máquina onde cada homem é uma engrenagem importante, por pequena que seja; desde os conselheiros em comunicação aos militantes que distribuem panfletos na rua, desde os autores dos discursos que ficam na história aos fund raisers responsáveis pela colecta de fundos, cada um sabe o seu papel (por vezes sabendo muito pouco do papel do outro). É uma aventura imensa, na qual pqrticipam pessoas de todos os horizontes, com motivações diversas e complexas, tanto pessoais como universais.
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A política só pode ser apaixonante desa forma, quando consideramos a soma de paixões, de esforços, de desilusões, de batalhas que levam um cidadão x ou y a tornar-se o homem mais importante do País. E que País mais interessante do que os Estados Unidos, "Terra da Liberdade", terra de contrastes e contradições, onde se tornam realidade os maiores sonhos e os piores pesadelos da humanidade? Que melhor País que a "land of opportunities" para nos fazer sonhar, o tempo de uma campanha, que tudo é possível se cada um se esforçar e fizer a sua parte. A América tem muitos defeitos, isso ninguém pode negar: Como muitos outros países. Mas se ela ainda tem uma qualidade hoje, além de toda a polémica que genera (guerras arbitrárias, neo-imperialismo, invasão cultural, and so on and so on, a lista é longa) é a de fazer sonhar. Não falemos ainda do despertar, que por vezes é difícil (George Bush presidente durante 8 anos). mas do sonho. Ele faz parte do nosso quotidiano, das nossas aspirações, do nosso modo de vida. THE AMERICAN DREAM IS NOT DEAD!
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A minha professora na altura, Mme Caillaud, consciente de tal facto, não nos impunha uma aula catedrática sobre as regras de gramática e os verbos irregulares. Para ela, estudar uma língua estrangeira implicava também estudar uma cultura diferente, então durante um ano, a primeira aula de quinta feira era dedicada a uma sessão de análise de programas televisivos americanos e britânicos. Ora, nessa altura, havia eleições nos Estados Unidos. Durante semanas, ela passou nos debates e notícias sobre o assunto, e conseguiu verdadeiramente captivar a nossa atenção. Aprendemos como se desenrolavam as eleições por sufrágio universal indirecto, como os candidatos antes de ganhar o direito de se apresentar pelo Partido tinham q ganhar as eleições primáris internas, etc., etc.
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Ao contrário do meu irmão, que sempre foi apaixonadíssimo por política, eu não me interessava tanto, sobretudo aos 16 anos; mas essas aulas foram tão captivantes, que abri os meus horizontes um pouco além do basket, hip hop e literatura. O adolescente apolítico que eu era (eu diria mesmo anti-político, de tanto eu considerar, mesmo sem muito conhecimento da coisa, que todos os homens políticos eram corruptos e hipócritas) começou a antever, através de uma simples eleição presidencial, todas as implicações, toda a energia, todo o talento de comunicação que era necessário para levar um indivíduo ao mais alto cargo de uma Nação. Essa dimensão é humana e ao mesmo tempo descomunal: uma campanha é uma máquina onde cada homem é uma engrenagem importante, por pequena que seja; desde os conselheiros em comunicação aos militantes que distribuem panfletos na rua, desde os autores dos discursos que ficam na história aos fund raisers responsáveis pela colecta de fundos, cada um sabe o seu papel (por vezes sabendo muito pouco do papel do outro). É uma aventura imensa, na qual pqrticipam pessoas de todos os horizontes, com motivações diversas e complexas, tanto pessoais como universais.
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A política só pode ser apaixonante desa forma, quando consideramos a soma de paixões, de esforços, de desilusões, de batalhas que levam um cidadão x ou y a tornar-se o homem mais importante do País. E que País mais interessante do que os Estados Unidos, "Terra da Liberdade", terra de contrastes e contradições, onde se tornam realidade os maiores sonhos e os piores pesadelos da humanidade? Que melhor País que a "land of opportunities" para nos fazer sonhar, o tempo de uma campanha, que tudo é possível se cada um se esforçar e fizer a sua parte. A América tem muitos defeitos, isso ninguém pode negar: Como muitos outros países. Mas se ela ainda tem uma qualidade hoje, além de toda a polémica que genera (guerras arbitrárias, neo-imperialismo, invasão cultural, and so on and so on, a lista é longa) é a de fazer sonhar. Não falemos ainda do despertar, que por vezes é difícil (George Bush presidente durante 8 anos). mas do sonho. Ele faz parte do nosso quotidiano, das nossas aspirações, do nosso modo de vida. THE AMERICAN DREAM IS NOT DEAD!
Monday, January 07, 2008
Boston, the new Chicago?
NBA. Basketball. 1995-96. Primeira época completa de Jordan na equipa desde que ele se retirou do jogo em 1993. Resultado? simplesmente a melhor equipa de basket jamais vista em actividade, com excepção da "Dream Team" dos jogos olímpicos de Barcelona. Algumas estatísticas para apoiar o que digo:
- durante a temporada regular, cada equipa joga 82 jogos. Os Chicago Bulls venceram 72 e perderam apenas 10, record absoluto;
- durante os playoffs, os Bulls venceram admiravelmente cada série de jogos (3-0 contra Miami, 4-1 contra New York, 4-0 contra Orlando) e venceram a final 4 jogos a 2 contra os Seattle Supersonics de Shawn Kemp;
- Michael Jordan ganhou os títulos e MVP da temporada regular, MVP do All Star Game e MVP da Final NBA (segundo jogador em toda a história da liga a conseguir tal feito);
- Jordan e Pippen foram votados para a All NBA First Team, ou seja, faziam parte dos 5 melhores jogadores da liga esse ano, todas as equipas confundidas;
- Dennis Rodman foi votado para a NBA All Defensive Team, tendo tido nessa temporada um record halucinante de 17 ressaltos por jogo;
- Toni Kukoc foi eleito o melhor 6º homem, ou seja o substituto com melhor rendimento em toda a liga nesse ano;
- Phil Jackson ganhou o prémio de melhor Coach (treinador) do ano;
- Jerry Krause, General Manager da equipa foi eleito melhor Manager do ano.
Nunca uma equipa de basket tinha dado mostras de tanta solidez, consistência e regularidade sobre um período de tempo tão extenso; nunca uma aliança de juventude (Kukoc, Kerr, Ron Harper) e experiência (Jordan, Pippen, Rodman) tinha conseguido criar tamanha alquimia, levando a equipa a marcar 105,2 pts em média por jogo e apenas conceder 92,9; mas acima de tudo, nunca uma equipa tinha sido rodeada de tamanha expectativa, nunca jogador tinha sido aguardado, desejado como o messias que conduziria de novo os seus fieis à terra prometida, como o fez Jordan, e três vezes seguidas!
Durante a temporada 2007/2008, un fenómeno pouco peculiar está a acontecer: a equipa dos Bostons Celtics, mítica equipa que ganhou 16 titulos NBA nos anos 60-70-80, não perde. Ou por outra, em 32 jogos, perdeu apenas 3! Esta série de vitórias impressionante força os observadores a analisarem as causas de tal dinamismo, e a comparar com equipas similares, a mais digna de comparação sendo a dos Bulls de 96. O que tem a equipa de Boston este ano de semelhante à de Chicago de 1996?
-Ray Allen, Kevin Garnett e Paul Pierce, 3 jogadores de experiência que vieram para Boston determinados a ganhar um título, jogando colectivamente, motivando os mais jovens e mostrando o exemplo, depois de vários anos tendo sido estrelas nas respectivas equipas sem obter qualquer recompensa colectiva;
-Tony Allen, Rajon Rando, Kendrick Perkins, jovens jogadores com poucos anos de experiencia ao mais alto nivel, mas com uma motivação fora do comum, implementada em grande parte pelos três veteranos acima citados, e que se tornarão certamente jogadores incontornáveis na liga daqui a 5 anos;
- coach Doc Rivers, que conseguiu fazer jogar juntos três franchise players habituados a brilhar individualmente nas suas ex-equipas respectivas, fazendo com que cada um baixasse ligeiramente no rendimento ofensivo e se dedicasse mais ao colectivo, atacando e DEFENDENDO juntos. Resultado: a meio da temporada, a cada jogo dos celtics só se ouve "GARNETT MVP"!!!
-uma sala mítica, baptizada no princípio da temporada com o nome do coach Red Auerbach, arquitecto de muitos dos títulos da equipa;
-um público entusiasta e esperançoso de voltar a celebrar um título de campeão NBA, o ultimo datando de 1986...
-um líder natural e esfomeado por anos de talento "desperdiçados" ao serviço dos Timberwolves, equipa que nunca se dignou reforçar-se à volta da sua estrela cadente -Kevin Garnett- afim de pôr realmente todas as chances do seu lado para ganhar o título supremo;
-e por fim, triste mas verdadeiro, um contexto desportivo dentro da própria liga que faz com que não haja o mesmo entusiasmo à volta do jogo em si, que tudo se tornou cada ano mais uma questão de dinheiro, resultando em disparidades enormes entre as "boas" e as "más" equipas, fazendo com que o interesse geral do desporto em si e o do público em particular fosse caíndo aos poucos...
Os Boston Celtics 2007/2008 vieram acordar uma NBA adormecida, mostrar que ainda há jogadores capazes de jogar com o coração e pelo título, em vez de alinhar as performances pessoais que lhes dão prestígio (logo, dinheiro) de maneira individual mas nunca colectiva. De qu serve a um jogador marcar 82 pontos num jogo se a equipa no fim do ano não vai aos playoffs? Este era o lema dos fans dos Bulls em 96: 72-10, don't mean a thing without a ring (72 vitórias pra 10 derrotas, não significam nada sem o anel de campeão no fim). É o que se espera de grandes equipas. levar o sonho até ao fim; só por isso, e por estarem a tirar a liga do marasmo em que ela se encontra aqui vai um grande GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO CELTIIIIIIIICS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
PS: I STILL LOVE THIS GAME!
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