The (Sports) Revolution Will Not Be Televised...

NBA Finals. Sempre um momento especial para mim. É aquela altura do ano em que não dá para perder um jogo. A adrenalina está ao seu rubro, e esperar pela manhã seguinte para ter o resultado/ resumo/ ver o jogo torna-se missão impossível. É que, basta olhar para o telefone ou tablet, está lá a informação toda escarrapachada. Facebook, Twitter, sites especializados de basket, blogs... O mundo inteiro já viu, comentou, analisou e partilhou a mínima acção do jogo. Então condeno-me a passar dias LOOOOOONGOS no trabalho, em que o bocejo se torna um companheiro de viagem tão ou mais frequente do que o cafézinho. É que estes jogos acontecem às 21h, hora americana (Este) que equivale às nossas 2h da manhã, e por vezes mais tarde. Esta madrugada, desliguei o televisor às 4h43.

Sendo eu fanático de basket e tecnologia, rodeei-me de todos os meios para estar informado em tempo real de todos os resultados que me interessam, e isso toma uma dimensão particular durante as Finals, em que há UM JOGO todos os dois ou três dias. Porém, devido ao horário em que passam, os jogos NBA em directo não têm o mesmo sabor que os de futebol. Não dá muito jeito, durante a semana, VÁRIAS VEZES POR SEMANA, estar a reunir com amigos à volta de uma cerveja e uma pizza para ver os jogos juntos. E assim se perde a convivialidade de um desporto muito mais emocionante que o futebol, em que as jogadas espectaculares se sucedem a um ritmo muito mais elevado, por uma mera questão de fuso horário. Felizmente, estamos numa era de comunicação instantânea, de grande progresso tecnológico, que nos permite mudar o paradigma radicalmente! 

Há uns aninhos atrás, quem não tivesse acesso a um canal codificado qualquer, não via NBA. Simples quanto isso. Hoje em dia, os links de sites onde se pode seguir os jogos em directo multiplicam-se todos os dias. Difícil estar com amigos das 2 às 4h30 da manhã? Através das redes sociais, recria-se hoje em dia um ambiente de convívio, cada um no seu canto, partilhando, comentando o mesmo momento. Ontem vivi eu um momento semelhante. Vi o jogo #4 da Final NBA com um primo que está nos Estados Unidos, uma amiga que está no Brasil, um amigo que está em Angola, uns quantos que estão em Lisboa. Tudo isto com comentários ao vivo, dentro de um grupo Facebook dedicado à nossa paixão comum, assim como o chat, e o Skype. E a seguir as estatisticas dos jogadores em directo na www.nba.com, com o Game Companion, uma tabela dinâmica que se actualiza em tempo real a cada ponto, ressalto, assistência, falta...  Não foi a primeira experiência do género, mas foi a primeira vez que o fazia com pessoas em 4 continentes e 3 fusos horários diferentes. Eu vivi uma noite de basket, em muitos pontos semelhante a outras de futebol que vivi em pubs! Havia os torcedores de uma equipa, de outra, a emoção, os comentários, as piadas, o trash talking... Faltou o contacto táctil, a cerveja partilhada (em vez disso bebi um litro e meio de água), os high fives a cada jogada espectacular, mas foi inédito e bonito participar de uma experiência destas, e tomar consciência que hoje em dia, o mundo só tem os limites que nós quisermos que ele tenha... E quando acabou, cada um desligou o seu televisor, tablet, PC, smartphone, e sem ter de pensar em como voltaria para casa, dormiu. Simples quanto isso. Apesar de a equipa por quem eu torcia ter perdido (a série está empatada 2-2, tudo é ainda possível), passei realmente uma noite FAAAAAN-TÁSTICA! 

(P.S.: Passei o dia cheio de sono e mal disposto, os meus colegas devem ter achado que eu estava doente... Eles não sabem o que é...)