Golpe de Estado: tomada, mais ou menos violenta, das instituições mais importantes de um país, tendo em vista a substituição de um governo por outro.
Houve à semanas na Tailandia um golpe de Estado. Militares com nomes impronunciaveis (tentem là dizer Sonthi Boonyaratkalin de uma vez sem soletrar e sem hesitar...) tomaram o Poder e destituiram o Governo. A minha grande ignorancia em matéria de geo-politica, em particular no que diz respeito à Asia, faz com que eu pouco ou nada possa dizer sobre o Governo destituido, tão pouco tenho uma real opinião sobre o assunto. Mas, ironicamente, eu tinha acabado de ler dias antes do acontecimento, O Ditador e a Rede, de Daniel Pennac, que conta "a história de um ditador agoráfobo[...] numa dessas repúblicas de banana com terras de um subsolo rico o suficiente para que alguém ali queira tomar o poder e áridas o bastante, na superfície, para serem férteis em revoluções[...]" Pennac não quis de maneira nenhuma escrever um livro politico, mas sim um conto, onde ele expõe algumas razões que podem levar um homem (ou um grupo de homens) a tomar o Poder pela força.
Mesmo se os meios variam da ficção à realidade, de um Pais a outro, os golpes de Estado seguem invariavelmente, e isto desde a Antiguidade (lembrem-se de César e Brutus, "tu quoque mi fili!" - até tu meu filho!) um mesmo esquema: descontentamento (nem sempre dos mesmos), inércia da parte do poder, organização da oposição, complot, acção, queda de uns, subida de outros. On connaît la chanson. Infelizmente, tambem conhecemos o resultado, por vezes caotico, de tais aventuras. O que me fascina nisso tudo, são as motivações de uns e de outros. Castro, Kadhafi, Pinochet, Carmona, Franco, Hitler (mesmo se o golpe de Estado que ele tentou falhou, e ele subiu ao poder mais tarde de maneira totalmente democratica)...
Tantos discursos sobre o bem do Povo, sobre a exploração dos mais fraco pelos mais fortes que todos querem fazer cessar, para no fim e no fundo ir dar tudo mais ou menos no mesmo: Ditadura!
Não ha nada mais triste do que tomar um Poder que não estamos prontos a assumir, justificando os nossos actos com grandes ideais. Sobretudo se é para no fim sermos nos a privar os outros da famosa liberdade pela qual supostamente combatemos. Boa sorte, Tailandia, e espero que me provem que esta minha visão realistico-pessimista das coisas não é sistematicamente verdadeira...
1 comment:
Obrigado por Blog intiresny
Post a Comment