A Internet tornou-se hoje em dia incontornável na vida de muitos cidadãos do século XXI. E não só nos países desenvolvidos, mas tambem em todas as zonas urbanas dos países em vias de desenvolvimento. Eu falo quase quotidianamente com o meu irmão e com o meu amigo PH que vivem em Luanda, via internet. É portanto possível hoje, se quisermos, estarmos ao corrente de tudo o que se passa no mundo, em tempo real. Depois, tudo é uma questão de centros de interesse. O meu irmão, que viveu muitos anos em França, seguiu via internet as eleições presidenciais que cá decorreram; o PH, acérrimo fã do Paris Saint Germain, não perde um resultado do seu clube favorito, mesmo se já voltou para Luanda a alguns anos.
Esta gigantesca platéia mundial não podia escapar por muito mais tempo aos homens políticos, desejosos de fazer chegar a sua mensagem ao maior número possível, o mais rapidamente possível. Com a internet, eles ganharam o jackpot. Hoje, na google, digita-se o nome de qualquer candidato à candidatura presidencial americana, e há três constantes: a página oficial (geralmente o nome do candidato seguido do famoso .com ), a página wikipedia (enciclopédia em linha, grátis, e cujos artigos são escritos pelos próprios internautas, deixando margem para imprecisões, mas frequentemente corrigidas pelos adminidtradores e visitantes) e a página mySpace. O resto dos artigos será função da actualidade de cada um nos media, tratando-se sobretudo de artigos de jornal ou... de blogs!
A guerra da comunicação já nã se passa só nos media tradicionais. Por prova, os debates entre candidatos de ambos os partidos, transmitidos pela CNN, tiveram a parceria do site youtube.com, a partir do qual os cidadãos americanos puderam fazer perguntas aos candidatos; MySpace, inicialmente criada para que cada jovem (são sempre os primeiros utilisadores de tais novidades) desse a conhecer o seu universo, ideias, música, etc. Hoje, os 18-30 anos são o alvo privilegiado das páginas MySpace dos candidatos, e o conteúdo difere radicalmente do das páginas oficiais, abertas a um leque mais extenso de potenciais votantes.
Interactividade acrescida, maior proximidade, melhor acesso aos programas, comunicação mais directa, mais moderna, debates em forums, chats... tudo isso facilita de certa forma o acesso dos candidatos à população e vice-versa. Mas que repercussões reais terá este novo media na cena política, a médio e longo prazo? E até que ponto esta ferramenta não é usada como apenas mais um meio de propaganda, mais eficaz e perigoso que todos os outros? Nada é tão fácil como criar um blog de aparência séria e difundir rumores e meias verdades: o media buzz faz o resto. O mais interessante no progresso que representa a internet numa campanha presidencial é também o mais perigoso: a aparente liberdade. Pois nunca se sabe quem pode estar atrás de um blog, de um rumor, de uma mentira bem difundida. A questão é de saber quem é que acaba por ganhar realmente com este fenómeno. O povo, a politíca, os candidatos, youtube?
1 comment:
Caro bloggista, realmente o mundo da internet torna-se cada vez mais fascinante sobretudo com o avento do web 2.0(que até hoje ainda tenho dificuldades em conceber toda a sua "ampleur").Contudo sinto-me triste porque para alêm de ser um midia penso que na mente de muitos dos politicos de hoje em dia a internet é realmente algo que eles desconhecem, senão totalmente pelo menos quase.assim sendo este aproveitacionismo do meio de comunicação mais utilizado neste momento pela camada jovem, pergunto me realmente o que a utilização deste meio tyràs como point plus a estas lutas desenfreadas pelo poder aonde o que mais se ve entre candidatos é sátira, ironia, e tentar ser eleito em "flingant" son concurrent et non pas par les idées que l'on apporte.
A internet é um dos ultimos redutos aonde a verdadeira liberdade de expressão ainda existe, será que tambêm vamos querer que esta seja infestada pela publicidade e manipulada por quem nós já sabemos?
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