Thursday, September 11, 2014

30 dias



30 dias. Daqui a 30 dias sou um homem casado. Daqui a 30 dias sou oficialmente, aos olhos de Deus e da lei dos homens, o marido de uma mulher. Linda. Doce. Sensata. Exigente. Honesta. Adalgisa. Minha. 30 dias. 30 dias, não para fazer de mim um homem, mas para começar a pôr à prova o homem que eu sou. Não começar propriamente,  na verdade é continuar. Já vivemos juntos, já partilhamos tudo, já gerimos conflitos,  fazemos planos, rimos e choramos juntos.

É só uma confirmação,  uma afirmação,  uma assinatura apenas, não muda nada, certo? ERRADO. Muda tudo. Sem mudar o fundo, muda tudo. Passamos a ser um só. Já não há tu + eu. Há nós.  Para tudo. Nada é mais difícil do que conjugar duas pessoas numa só.

Nada é mais difícil do que encontrar consenso em duas mentes, dois carácteres, duas personalidades, dois corações. Parece simples, mas não é.  Não é só juntar dois corpos sob o mesmo tecto. É juntar duas almas sob o mesmo juramento, é mantermo-nos fiéis a nós mesmos, e ao que esperamos e prometemos ao outro. É uma formalidade que existe há tempo demais para contarmos, mas cujo impacto simbólico e  emocional é muito próprio a cada um. A cada dois. Eu tenho uma mulher capaz de me suportar, de me apoiar, de me aconselhar, de me ajudar, de me ralhar, de me emendar, de me consolar, de me chamar a atenção,  de me motivar a alcançar as estrelas... de me AMAR.

Não de um amor idílico com nuvens cor-de-rosa, unicórnios e arco-íris,  e que ignore a realidade crua e nua deste mundo. Não. Um Amor, o único amor, baseado na construção de uma vida a dois, na superação de que se é capaz quando agimos por algo maior que nós próprios.  Peço todos os dias a capacidade renovada de fazer o mesmo por ela. Peço todos os dias que a rotina, os problemas, as dificuldades sejam provas que nos fortaleçam,  que cada pedra que nos é atirada sirva a edificar a nossa muralha e nos proteja de agressões futuras. Peço paciência, tolerância, bravura, rectidão,  para poder ser o farol desta família que constituirei de forma oficial daqui a 30 dias. Tudo o que eu peço,  tudo o que eu quero, é pousar a cabeça ao lado da tua, é acordar com o teu beijo, é olhar na mesma direcção que tu, é ter a tua mão para caminhar os anos que nos forem dados a viver sobre esta terra. Sei que daqui a 30 dias não vai haver um minuto para respirar, tudo vai ter de respeitar um timing absolutamente escrupuloso (que muito provavelmente não será respeitado...); então,  antes de estarmos submersos pela solenidade, antes de termos 300 pessoas de olhos fixos em nós,  antes de este magnífico caos que vivemos estes últimos meses se alinhar e fazer sentido, TODO O SENTIDO, deixa-me dizer-te, Adalgisa Borges de Sousa, o quanto te amo. Amo-te ao ponto de querer ser todos os dias melhor do que na véspera; amo-te ao ponto de querer renovar os meus votos diariamente, com gestos simples, que te façam sentir o quanto és parte de mim. Amo-te ao ponto de querer o melhor para ti, que cresças e continues a desenvolver a mulher linda, carinhosa e batalhadora que por milagre se apaixonou por mim no fim do Verão,  há quatro anos atrás. Amo a pessoa forte e frágil, tolerante e teimosa, directa e hesitante, madura e mimada, guerreira e anjo,  que me ajuda a aliviar o meu fardo diariamente. Amo a maneira como me fazes sentir. Sempre. Até quando estou de burros amarrados. Até quando penso que sei tudo, e acabas por me ensinar da maneira mais simples que o que sei hoje pode não ser válido daqui a 5 minutos.

Amar na felicidade, na facilidade, na opulência, é fácil. Amar na provação,  na dificuldade, no erro, na falta de tudo o resto, é Amar com A maiúsculo. É como já me provaste que me amas, e é como quero passar a minha vida a provar que te amo. Daqui a 30 dias. Daqui a 30 anos. Até ao meu último suspiro.

Friday, May 23, 2014

Racismo, Humanidade e Bananarama




Eu como banana e não sou macaco.
Eu acredito na teoria da Evolução e não sou macaco.
 Eu sou negro e não sou macaco.

Acho muito bem que os macacos se multipliquem, por solidariedade, para calar os racistas, por tudo e mais um par de botas. Sejam felizes, sejam macacos. Eu não sou. Só tenho pena que todos os auto-intitulados macacos, frutos da hype e do consenso mediático orquestrado por uma agência de publicidade, não tenham tido o mesmo reflexo na escola primária, quando certamente conheceram um preto que, no meio da roda, era tratado de macaco pelo grupo dominante. Se calhar alguns também cantaram, riram, humilharam... Mas hoje a internet manda ser macacos, porque carga de água não o seríamos todos? Ainda por cima é por uma boa causa! Quem não o for, ou resolver levar as coisas de maneira literal, não compreende nada da vida, é um hipster que quer ser do contra, é um frustrado que põe a sua história pessoal acima do bem fundado consenso MUNDIAL de que só há solução para o racismo na macacada. Se calhar sou isso. Sofro de muitos problemas, este é mais um, sem dúvida.


Apenas acho que não faz sentido toda a vida me afirmar como humano, renegar o macaquismo que me quiseram atribuir desde a infância, para hoje dizer: "Ufff!!!!!!!!!! Finalmente, hoje ganhámos uma batalha contra o racismo. HOJE SOMOS TODOS MACACOS! VITÓRIA!" O meu excesso de dignidade e de consciência não permite.

Peço perdão a todos os que ofendo por não entrar na sacro-santa lógica imposta pelo instagram, peço desculpa por não conseguir filosofar símicamente. Eu não sou macaco. Não consigo ser, não quero ser. Nem por uma causa, nem por um segundo. É que para mim, não é uma problemática que surge quando atiram bananas ao Daniel Alves. É um combate vivido na pele há três décadas e meia. É passear com a mãe da minha filha grávida, e um corajoso dizer, depois de estarmos separados pelas portas do metro: "vai nascer daí um lindo macaco!" É mexerem-me no cabelo desde pequeno como se fosse um animal de estimação a ser descoberto pelo proprietário, extasiado com a fofura do pelo. É dizerem-me a vida toda que falo e escrevo bem "para um preto".


É a mesma lógica que fez cientistas até ao século XX afirmarem que os negros são 3/5 de seres humanos, vá-se lá saber o que isto quer dizer. É a mesma lógica que fez com que as exposições universais até ao princípio do século XX expusessem seres humanos em jaulas, pois não eram mais do que animais exóticos. É a mesma lógica que fez com que fossem perenizadas tradições que dizem que o Africano nasceu para servir. Os filhos de Cham (ou Canaã), filho de Noé, o amaldiçoado. "Servo do Servo será de seus irmãos" (Genesis, 9:25). Teorias de eugenismo foram escritas com base nestas ideias e premissas. Para eu hoje, num acto de solidariedade espontânea e irreflectida, ceder naquilo em que acredito e me tornar um macaco COMO OS OUTROS? NÃO. Cada um combate o racismo como quer e pode. Hoje somos todos macacos, amanhã somos todos pandas (branco, preto, asiático e gordo, magnífico símbolo ecuménico!)... Eu não me consigo dissociar de quem sou. Nem sinto necessidade disso para provar o que quer que seja aos racistas. SOU HUMANO. LITERAL E FILOSOFICAMENTE. SEM CONCESSÕES.

escrito a 30 de Abril de 2014, em plena febre símica mundial. Desde então...


E para quem ainda apoia o movimento da banana, eis uma prova de que é preciso ser um macaco mediático para ser aplaudido... 

Thursday, March 20, 2014

O pós-dia do Pai

O dia do Pai para mim sempre foi um segundo dia da Mãe. Ou por outra, nem sempre. Houve um momento na minha vida em que era MESMO o dia do Pai, do meu herói, daquele cuja atenção desde cedo procurei. Lembro-me das "obras de arte" que fazia na escola primária, na semana anterior à data, e da minha emoção ao entregar o amontoado de pedras coladas e decoradas, com a minha caligrafia torta e desmazelada de criança, àquele que contribuiu por metade na minha vinda ao mundo. Mas temos os heróis que podemos, nem sempre os que queremos, e por volta dos meus 10 anos de idade, as prendas do género passaram a ter um receptor único. E o dia do Pai passou a ferida. Pus-lhe por cima o tempo, a vida, a distância, e lá fui eu, avançando em idade e em sabedoria - achava eu!- galgando o meu caminho, fingindo não pensar, não sentir, não lembrar. 

Órfão de Pai vivo. Chocante, a expressão, mas tão, tão verdadeira... A minha Mãe foi tudo, Pai e mãe ao mesmo tempo. De três. Contra todas as vicissitudes, batalhando para que não nos faltasse o material, o moral e o afectivo. Não quero diminuir o papel de toda a "aldeia" que a coadjuvou, tias sobretudo, de sangue e de coração, que foram o suporte dela nas poucas (ou muitas) vezes que lhe faltou a coragem e o ânimo para levar em frente a sua tarefa. Mas a minha Mãe foi, fez, lutou, batalhou, guerreou... Saber, eu sempre o soube; valorizar, infelizmente, demorou algum tempo. Todos os filhos são ingratos. Todos sem excepção. Por mais que tenhamos, falta sempre algo, queremos sempre mais. Mais liberdade, mais tempo, mais amor. Inconsciente! Sei hoje que o que não faltou, foi amor! Tudo o que foi feito, e o que não o foi, foi amor. Definir prioridades. Traçar o futuro. Planear. Trabalhar. Viajar. Passar pouco tempo em lazer, em brincadeira, porque mais tempo não havia. Rigor. Disciplina. Respeito. Dever. Tudo isto com um propósito dificilmente visível para os olhos de uma criança...

Passaram os anos, fiz-me homem, cometi os meus erros, aprendi a dar valor ao que tinha, depois de muito perder. E tornei-me Pai por minha vez. Meses antes, semanas antes, apesar da confiança, do amor, do apoio, veio a apreensão, a angústia. A DOR. A tal que esteve enterrada sob as areias do tempo. Mais viva do que nunca, agora alimentada pelo medo. De não estar à altura; de não ser o Pai que quero e tenho que ser; de me transformar no que mais abomino e temo nesta vida: um Pai demissionário. Teria dado jeito ter com quem conversar sobre essas questões existenciais específicas aos Pais de primeira viagem, em particular os que não tiveram ou deixaram de ter Pai; gostava que quem de direito tivesse partilhado comigo a sua própria experiência, transmitido alguma tranquilidade, alguma confiança. Não que precisasse de um Pai para aprender a ser Pai, pois isso só os filhos nos ensinam. Mas não avançar nesta nova e tão importante aventura na minha vida com tanto ressentimento se calhar teria sido menos doloroso. Pois se há coisa que o tempo não faz é curar. É o pior cicatrizante de sempre. Contenta-se de ser uma camuflagem, a aparência da melhoria. Mas quando mexes na ferida, revives a dor, intacta, como no momento do golpe. E nesses casos o tempo alia-se à memória, e permite-te esquecer TUDO O RESTO, inclusive a razão da mesma, mas nunca a dor. A filha-da-puta da dor inscreve-se no teu código genético, e tudo o que o tempo faz é entorpecê-la, nunca calá-la.

Hoje sou Pai. Há oito anos. Errei algumas vezes, e tenho a pretensão de achar que acertei outras tantas. Sobretudo percebi que, faça o que fizer, a minha história como Pai vai depender do que eu fizer como Pai; e para que funcione no melhor interesse da minha filha e dos próximos que vier a ter, tenho que deixar para trás o que vivi de negativo como filho. Mas para isso, tive que resolver a dita dor. Não ignorá-la, não fugir dela, não fingir que ela não existe. Lidar com ela. Encarar aquele que foi o bode expiatório dos meus problemas e frustrações, aquele que passou de herói a vilão, aquele de quem tanto esperei ao ponto de não esperar mais nada. Depois de anos sem o ver (desde os meus 16 anos), voltei a olhar o meu progenitor nos olhos. Aos 29 anos. A mágoa, o ressentimento, as perguntas, a dor. A dor. Tudo subiu de uma só vez. E desceu. Olhei para trás, para as nossas vidas, para os nossos desencontros. Para o meu percurso desde a "demissão" dele, para o pouco que eu sabia do dele desde então... para o resultado inexorável das suas escolhas. Se na minha vida houve um enorme vazio provocado pela ausência do meu Pai, que nem todo o zelo e dedicação da minha Mãe conseguiu cobrir, o que será que existiria neste homem que pura e simplesmente renunciou aos três filhos? Pensei na minha filha, de cuja mãe estou separado, mas que não imagino por um segundo a minha vida sem ela. Como seria possível passar 13 anos sem fazer das tripas coração para a ver, para saber dela, para a abraçar, para lhe dar o pouco que sou? Abordei este encontro com imensa raiva dele e pena de mim mesmo, e acabei por me convencer que não era eu que era digno dela. Eu tenho uma vida inteira para ser Pai, ao contrário do meu, que passou totalmente ao lado da experiência; uma vida inteira para dar aos meus filhos aquilo que a minha consciência e o meu Amor me ditarem. Não para compensar o que eu não tive, como a um momento pensei; não por mim, para mim. Por eles. Para eles. Para não sentir aquela impressão de estar diante de estranhos daqui a 20 ou 30 anos.

"Filho és, Pai serás". Esse é dos mantras mais lixados que existem. Não há melhor do que pôr-se no lugar dos outros para perceber todas as implicações dos seus actos. Concordemos ou não, se conseguirmos chegar a algum nível de compreensão, já não terá sido em vão. Filho sou. Pai sou. Apontei o dedo, muitas vezes, durante muito tempo. E só me fez mal a mim. Desde então, explodi, e aprendi a valorizar o que tenho, o que sempre tive, e a relativizar o que me faltou, porque apesar de tudo, fui e sou um privilegiado por ter a Mãe que tenho, a família que tenho, a estrutura que tenho. Não posso transmitir aos meus filhos menos do que isso.

Ontem não festejei o dia do Pai, por inúmeras razões. Porque ontem não foi dia do Pai em França, onde está a minha filha. Porque não acredito na política das palmadinhas no ombro quando ainda falta tanto para fazer.  Porque ser Pai, é todos os minutos de todas as horas de todos os dias desde o momento em que o nosso primeiro rebento veio ao mundo. Não há nada de mal  com um gesto simbólico, como as prendas que me lembro de ter feito para os meus Pais, e de ter recebido da minha filha. E que espero continuar a receber. Só ela dá um sentido a esse dia, e continuo a tentar ser o melhor Pai que posso. A minha História com a paternidade é dolorosa, está hoje ligeiramente apaziguada. Tenho que me concentrar no futuro, nos meus descendentes. Serei julgado por eles cedo ou tarde. Espero e farei tudo para o ser pelo que fiz, faço e farei, certo ou errado. Pois como disse o Theodore Roosevelt, "Num momento de decisão, a melhor coisa a fazer é a coisa certa; a segunda melhor é a coisa errada. A pior coisa que podes fazer é não fazer nada"

Friday, January 24, 2014

SNOB...



Tenho um grupo de antigos colegas da faculdade que me convidaram pra ir ao cinema no Colombo. Recusei horrorizado,  eles não perceberam o porquê. Pronto, já não são amigos. Meus, pelo menos, não.  Temos valores demasiado diferentes para tal amizade vingar (a prova que a democratização das faculdades, mesmo as mais elitistas, é o garante da perda de determinados valores que, quanto a mim, devemos perpetuar).

Para mim, cinema só se for pra ver filmes de autor no São Jorge ou na Culturgest. Compras só no triângulo Braamcamp/ Castilho/ Avenida, e restaurantes só com estrela Michelin e/ou "chef" famoso. Não vou pros copos no Bairro, isso era aos 15 anos, durante a minha crise de adolescência. Hoje aos 30 e poucos, vou a sítios que de tão confidenciais, nem eu lhes conheço o nome... mas os porteiros fazem-me vénia sempre que lá vou. 3 vezes por semana. E ao fim de semana. Enquanto outros procuram férias em conta no país, eu preciso de fazer 1000 km para me sentir suficientemente "dépaysé" (e sim, adoro um bocadinho de "french dropping", é tão chic!); se porventura devo ficar em Portugal durante um período de férias, tomo sedativos suficientes para só acordar no interior seguro da Quinta do Lago, com o motorista a abrir-me a porta do carro.  

No dia-a-dia não ando de transportes públicos, estão cheios de gente estranha; tamém não conduzo, não quero contribuir para o efeito de estufa, o planeta agradece. Desloco-me exclusivamente de taxi, aliás, de que me serviria ter um numero de cliente VIP se não lhe desse utilidade? E sejamos sinceros: no meu duplex ali mesmo a dois passos do Jardim da Estrela, ter carro seria uma dor de cabeça descomunal. Então, TAXI. Mas atenção: SÓ MERCEDES. Novos. E pretos. Totalmente. acho qualquer outra cor de mau gosto. A minha actividade profissional não me permite "fautes de goût". Sim, porque eu tenho um trabalho onde a imagem é primordial. Eu diria mesmo que é TUDO. Sim, sem exagero. Tirando ser bem parecido e discutir de ideias com os meus colegas/ amigos artistas e pensadores (os mesmos desde os bancos do colégio Valsassina, seguimo-nos até aos anos de orgia na Católica, e hoje recusámos estar à cabeça das empresas dos Papás, pois não fazemos puto de ideia do que nelas se passa) a minha actividade laboral é bastante light.

Sou um artista na alma, e as grades de um emprego convencional asfixiariam a minha criatividade. Pinto um quadro ou cago uma escultura de 4 em 4 anos, e consigo mover meio mundo e o outro para irem apreciar o meu laivo criativo, numa galeria daquelas de renome, cujos patronos são as empresas de maior renome ainda dos amigos do Papá. Como todo o artista, a minha necessidade devorante de inspiração para as minhas raríssimas peças leva-me a viajar pelo mundo inteiro, conhecer diferentes realidades e room services, ajuda-me a construir a minha "Humanidade"... O meu modelo absoluto é o Johnny Depp, por quem nutro uma secreta paixão platónica desde os 12 anos de idade. Detesto a adoração que lhe fazem os hipsters de 20 anos, que o descobriram como Pirata das Caraíbas. Coitados, não viveram o suficiente para conhecer a sua magnífica interpretação no "Eduardo-Mãos-de-Tesoura"... Passar do universo magnífico e surrealista de um Tim Burton para a mesquinhês de uma super-produção Disney é algo que só consigo perdoar a este ser humano, a nenhum outro! 

Para os meus amigos cinéfilos de centro comercial, sou um cliché ambulante, um rico arrogante e pedante. Para a maioria das pessoas, cujas vidas monótonas e vulgares se pintam num longo e entediante quadro monocromático, eu sou a luz que eles sonham ser e nunca serão.  Sou a cor que eles querem ter e nunca terão. Porque não é algo que se possa adqurir do dia para a noite, nem com muito dinheiro. Temos visto por aí que o dinheiro não compra bom gosto, que o digam os angolanos e chineses que pululam neste país com malas de dólares, prontos a disparar as suas notas em todas as Louis Vuitton desta vida para se aproximarem o mais possível da quintessência da elegância e do savoir vivre: EU. Por mais que se pintem, que mandem gravar LVs e GG em todas as malas, cintos, pratos, talheres e estofos de carro (quelle horreur!)... não nasceram, NUNCA SERÃO.