30 dias

30 dias. Daqui a 30 dias sou um homem casado. Daqui a 30 dias sou oficialmente, aos olhos de Deus e da lei dos homens, o marido de uma mulher. Linda. Doce. Sensata. Exigente. Honesta. Adalgisa. Minha. 30 dias. 30 dias, não para fazer de mim um homem, mas para começar a pôr à prova o homem que eu sou. Não começar propriamente,  na verdade é continuar. Já vivemos juntos, já partilhamos tudo, já gerimos conflitos,  fazemos planos, rimos e choramos juntos.

É só uma confirmação,  uma afirmação,  uma assinatura apenas, não muda nada, certo? ERRADO. Muda tudo. Sem mudar o fundo, muda tudo. Passamos a ser um só. Já não há tu + eu. Há nós.  Para tudo. Nada é mais difícil do que conjugar duas pessoas numa só.

Nada é mais difícil do que encontrar consenso em duas mentes, dois carácteres, duas personalidades, dois corações. Parece simples, mas não é.  Não é só juntar dois corpos sob o mesmo tecto. É juntar duas almas sob o mesmo juramento, é mantermo-nos fiéis a nós mesmos, e ao que esperamos e prometemos ao outro. É uma formalidade que existe há tempo demais para contarmos, mas cujo impacto simbólico e  emocional é muito próprio a cada um. A cada dois. Eu tenho uma mulher capaz de me suportar, de me apoiar, de me aconselhar, de me ajudar, de me ralhar, de me emendar, de me consolar, de me chamar a atenção,  de me motivar a alcançar as estrelas... de me AMAR.

Não de um amor idílico com nuvens cor-de-rosa, unicórnios e arco-íris,  e que ignore a realidade crua e nua deste mundo. Não. Um Amor, o único amor, baseado na construção de uma vida a dois, na superação de que se é capaz quando agimos por algo maior que nós próprios.  Peço todos os dias a capacidade renovada de fazer o mesmo por ela. Peço todos os dias que a rotina, os problemas, as dificuldades sejam provas que nos fortaleçam,  que cada pedra que nos é atirada sirva a edificar a nossa muralha e nos proteja de agressões futuras. Peço paciência, tolerância, bravura, rectidão,  para poder ser o farol desta família que constituirei de forma oficial daqui a 30 dias. Tudo o que eu peço,  tudo o que eu quero, é pousar a cabeça ao lado da tua, é acordar com o teu beijo, é olhar na mesma direcção que tu, é ter a tua mão para caminhar os anos que nos forem dados a viver sobre esta terra. Sei que daqui a 30 dias não vai haver um minuto para respirar, tudo vai ter de respeitar um timing absolutamente escrupuloso (que muito provavelmente não será respeitado...); então,  antes de estarmos submersos pela solenidade, antes de termos 300 pessoas de olhos fixos em nós,  antes de este magnífico caos que vivemos estes últimos meses se alinhar e fazer sentido, TODO O SENTIDO, deixa-me dizer-te, Adalgisa Borges de Sousa, o quanto te amo. Amo-te ao ponto de querer ser todos os dias melhor do que na véspera; amo-te ao ponto de querer renovar os meus votos diariamente, com gestos simples, que te façam sentir o quanto és parte de mim. Amo-te ao ponto de querer o melhor para ti, que cresças e continues a desenvolver a mulher linda, carinhosa e batalhadora que por milagre se apaixonou por mim no fim do Verão,  há quatro anos atrás. Amo a pessoa forte e frágil, tolerante e teimosa, directa e hesitante, madura e mimada, guerreira e anjo,  que me ajuda a aliviar o meu fardo diariamente. Amo a maneira como me fazes sentir. Sempre. Até quando estou de burros amarrados. Até quando penso que sei tudo, e acabas por me ensinar da maneira mais simples que o que sei hoje pode não ser válido daqui a 5 minutos.

Amar na felicidade, na facilidade, na opulência, é fácil. Amar na provação,  na dificuldade, no erro, na falta de tudo o resto, é Amar com A maiúsculo. É como já me provaste que me amas, e é como quero passar a minha vida a provar que te amo. Daqui a 30 dias. Daqui a 30 anos. Até ao meu último suspiro.

Racismo, Humanidade e Bananarama

Eu como banana e não sou macaco.

Eu acredito na teoria da Evolução e não sou macaco.

 Eu sou negro e não sou macaco.

Acho muito bem que os macacos se multipliquem, por solidariedade, para calar os racistas, por tudo e mais um par de botas. Sejam felizes, sejam macacos. Eu não sou. Só tenho pena que todos os auto-intitulados macacos, frutos da hype e do consenso mediático orquestrado por uma agência de publicidade, não tenham tido o mesmo reflexo na escola primária, quando certamente conheceram um preto que, no meio da roda, era tratado de macaco pelo grupo dominante. Se calhar alguns também cantaram, riram, humilharam... Mas hoje a internet manda ser macacos, porque carga de água não o seríamos todos? Ainda por cima é por uma boa causa! Quem não o for, ou resolver levar as coisas de maneira literal, não compreende nada da vida, é um hipster que quer ser do contra, é um frustrado que põe a sua história pessoal acima do bem fundado consenso MUNDIAL de que só há solução para o racismo na macacada. Se calhar sou isso. Sofro de muitos problemas, este é mais um, sem dúvida.

Apenas acho que não faz sentido toda a vida me afirmar como humano, renegar o macaquismo que me quiseram atribuir desde a infância, para hoje dizer: "Ufff!!!!!!!!!! Finalmente, hoje ganhámos uma batalha contra o racismo. HOJE SOMOS TODOS MACACOS! VITÓRIA!" O meu excesso de dignidade e de consciência não permite.

Peço perdão a todos os que ofendo por não entrar na sacro-santa lógica imposta pelo instagram, peço desculpa por não conseguir filosofar símicamente. Eu não sou macaco. Não consigo ser, não quero ser. Nem por uma causa, nem por um segundo. É que para mim, não é uma problemática que surge quando atiram bananas ao Daniel Alves. É um combate vivido na pele há três décadas e meia. É passear com a mãe da minha filha grávida, e um corajoso dizer, depois de estarmos separados pelas portas do metro: "vai nascer daí um lindo macaco!" É mexerem-me no cabelo desde pequeno como se fosse um animal de estimação a ser descoberto pelo proprietário, extasiado com a fofura do pelo. É dizerem-me a vida toda que falo e escrevo bem "para um preto".

É a mesma lógica que fez cientistas até ao século XX afirmarem que os negros são 3/5 de seres humanos, vá-se lá saber o que isto quer dizer. É a mesma lógica que fez com que as exposições universais até ao princípio do século XX expusessem seres humanos em jaulas, pois não eram mais do que animais exóticos. É a mesma lógica que fez com que fossem perenizadas tradições que dizem que o Africano nasceu para servir. Os filhos de Cham (ou Canaã), filho de Noé, o amaldiçoado. "Servo do Servo será de seus irmãos" (Genesis, 9:25). Teorias de eugenismo foram escritas com base nestas ideias e premissas. Para eu hoje, num acto de solidariedade espontânea e irreflectida, ceder naquilo em que acredito e me tornar um macaco COMO OS OUTROS? NÃO. Cada um combate o racismo como quer e pode. Hoje somos todos macacos, amanhã somos todos pandas (branco, preto, asiático e gordo, magnífico símbolo ecuménico!)... Eu não me consigo dissociar de quem sou. Nem sinto necessidade disso para provar o que quer que seja aos racistas. SOU HUMANO. LITERAL E FILOSOFICAMENTE. SEM CONCESSÕES.

escrito a 30 de Abril de 2014, em plena febre símica mundial. Desde então...


E para quem ainda apoia o movimento da banana, eis uma prova de que é preciso ser um macaco mediático para ser aplaudido... 

O pós-dia do Pai

O dia do Pai para mim sempre foi um segundo dia da Mãe. Ou por outra, nem sempre. Houve um momento na minha vida em que era MESMO o dia do Pai, do meu herói, daquele cuja atenção desde cedo procurei. Lembro-me das "obras de arte" que fazia na escola primária, na semana anterior à data, e da minha emoção ao entregar o amontoado de pedras coladas e decoradas, com a minha caligrafia torta e desmazelada de criança, àquele que contribuiu por metade na minha vinda ao mundo. Mas temos os heróis que podemos, nem sempre os que queremos, e por volta dos meus 10 anos de idade, as prendas do género passaram a ter um receptor único. E o dia do Pai passou a ferida. Pus-lhe por cima o tempo, a vida, a distância, e lá fui eu, avançando em idade e em sabedoria - achava eu!- galgando o meu caminho, fingindo não pensar, não sentir, não lembrar. 

Órfão de Pai vivo. Chocante, a expressão, mas tão, tão verdadeira... A minha Mãe foi tudo, Pai e mãe ao mesmo tempo. De três. Contra todas as vicissitudes, batalhando para que não nos faltasse o material, o moral e o afectivo. Não quero diminuir o papel de toda a "aldeia" que a coadjuvou, tias sobretudo, de sangue e de coração, que foram o suporte dela nas poucas (ou muitas) vezes que lhe faltou a coragem e o ânimo para levar em frente a sua tarefa. Mas a minha Mãe foi, fez, lutou, batalhou, guerreou... Saber, eu sempre o soube; valorizar, infelizmente, demorou algum tempo. Todos os filhos são ingratos. Todos sem excepção. Por mais que tenhamos, falta sempre algo, queremos sempre mais. Mais liberdade, mais tempo, mais amor. Inconsciente! Sei hoje que o que não faltou, foi amor! Tudo o que foi feito, e o que não o foi, foi amor. Definir prioridades. Traçar o futuro. Planear. Trabalhar. Viajar. Passar pouco tempo em lazer, em brincadeira, porque mais tempo não havia. Rigor. Disciplina. Respeito. Dever. Tudo isto com um propósito dificilmente visível para os olhos de uma criança...

Passaram os anos, fiz-me homem, cometi os meus erros, aprendi a dar valor ao que tinha, depois de muito perder. E tornei-me Pai por minha vez. Meses antes, semanas antes, apesar da confiança, do amor, do apoio, veio a apreensão, a angústia. A DOR. A tal que esteve enterrada sob as areias do tempo. Mais viva do que nunca, agora alimentada pelo medo. De não estar à altura; de não ser o Pai que quero e tenho que ser; de me transformar no que mais abomino e temo nesta vida: um Pai demissionário. Teria dado jeito ter com quem conversar sobre essas questões existenciais específicas aos Pais de primeira viagem, em particular os que não tiveram ou deixaram de ter Pai; gostava que quem de direito tivesse partilhado comigo a sua própria experiência, transmitido alguma tranquilidade, alguma confiança. Não que precisasse de um Pai para aprender a ser Pai, pois isso só os filhos nos ensinam. Mas não avançar nesta nova e tão importante aventura na minha vida com tanto ressentimento se calhar teria sido menos doloroso. Pois se há coisa que o tempo não faz é curar. É o pior cicatrizante de sempre. Contenta-se de ser uma camuflagem, a aparência da melhoria. Mas quando mexes na ferida, revives a dor, intacta, como no momento do golpe. E nesses casos o tempo alia-se à memória, e permite-te esquecer TUDO O RESTO, inclusive a razão da mesma, mas nunca a dor. A filha-da-puta da dor inscreve-se no teu código genético, e tudo o que o tempo faz é entorpecê-la, nunca calá-la.

Hoje sou Pai. Há oito anos. Errei algumas vezes, e tenho a pretensão de achar que acertei outras tantas. Sobretudo percebi que, faça o que fizer, a minha história como Pai vai depender do que eu fizer como Pai; e para que funcione no melhor interesse da minha filha e dos próximos que vier a ter, tenho que deixar para trás o que vivi de negativo como filho. Mas para isso, tive que resolver a dita dor. Não ignorá-la, não fugir dela, não fingir que ela não existe. Lidar com ela. Encarar aquele que foi o bode expiatório dos meus problemas e frustrações, aquele que passou de herói a vilão, aquele de quem tanto esperei ao ponto de não esperar mais nada. Depois de anos sem o ver (desde os meus 16 anos), voltei a olhar o meu progenitor nos olhos. Aos 29 anos. A mágoa, o ressentimento, as perguntas, a dor. A dor. Tudo subiu de uma só vez. E desceu. Olhei para trás, para as nossas vidas, para os nossos desencontros. Para o meu percurso desde a "demissão" dele, para o pouco que eu sabia do dele desde então... para o resultado inexorável das suas escolhas. Se na minha vida houve um enorme vazio provocado pela ausência do meu Pai, que nem todo o zelo e dedicação da minha Mãe conseguiu cobrir, o que será que existiria neste homem que pura e simplesmente renunciou aos três filhos? Pensei na minha filha, de cuja mãe estou separado, mas que não imagino por um segundo a minha vida sem ela. Como seria possível passar 13 anos sem fazer das tripas coração para a ver, para saber dela, para a abraçar, para lhe dar o pouco que sou? Abordei este encontro com imensa raiva dele e pena de mim mesmo, e acabei por me convencer que não era eu que era digno dela. Eu tenho uma vida inteira para ser Pai, ao contrário do meu, que passou totalmente ao lado da experiência; uma vida inteira para dar aos meus filhos aquilo que a minha consciência e o meu Amor me ditarem. Não para compensar o que eu não tive, como a um momento pensei; não por mim, para mim. Por eles. Para eles. Para não sentir aquela impressão de estar diante de estranhos daqui a 20 ou 30 anos.

"Filho és, Pai serás". Esse é dos mantras mais lixados que existem. Não há melhor do que pôr-se no lugar dos outros para perceber todas as implicações dos seus actos. Concordemos ou não, se conseguirmos chegar a algum nível de compreensão, já não terá sido em vão. Filho sou. Pai sou. Apontei o dedo, muitas vezes, durante muito tempo. E só me fez mal a mim. Desde então, explodi, e aprendi a valorizar o que tenho, o que sempre tive, e a relativizar o que me faltou, porque apesar de tudo, fui e sou um privilegiado por ter a Mãe que tenho, a família que tenho, a estrutura que tenho. Não posso transmitir aos meus filhos menos do que isso.

Ontem não festejei o dia do Pai, por inúmeras razões. Porque ontem não foi dia do Pai em França, onde está a minha filha. Porque não acredito na política das palmadinhas no ombro quando ainda falta tanto para fazer.  Porque ser Pai, é todos os minutos de todas as horas de todos os dias desde o momento em que o nosso primeiro rebento veio ao mundo. Não há nada de mal  com um gesto simbólico, como as prendas que me lembro de ter feito para os meus Pais, e de ter recebido da minha filha. E que espero continuar a receber. Só ela dá um sentido a esse dia, e continuo a tentar ser o melhor Pai que posso. A minha História com a paternidade é dolorosa, está hoje ligeiramente apaziguada. Tenho que me concentrar no futuro, nos meus descendentes. Serei julgado por eles cedo ou tarde. Espero e farei tudo para o ser pelo que fiz, faço e farei, certo ou errado. Pois como disse o Theodore Roosevelt, "Num momento de decisão, a melhor coisa a fazer é a coisa certa; a segunda melhor é a coisa errada. A pior coisa que podes fazer é não fazer nada". 

SNOB...

Tenho um grupo de antigos colegas da faculdade que me convidaram pra ir ao cinema no Colombo. Recusei horrorizado,  eles não perceberam o porquê. Pronto, já não são amigos. Meus, pelo menos, não.  Temos valores demasiado diferentes para tal amizade vingar (a prova que a democratização das faculdades, mesmo as mais elitistas, é o garante da perda de determinados valores que, quanto a mim, devemos perpetuar).

Para mim, cinema só se for pra ver filmes de autor no São Jorge ou na Culturgest. Compras só no triângulo Braamcamp/ Castilho/ Avenida, e restaurantes só com estrela Michelin e/ou "chef" famoso. Não vou pros copos no Bairro, isso era aos 15 anos, durante a minha crise de adolescência. Hoje aos 30 e poucos, vou a sítios que de tão confidenciais, nem eu lhes conheço o nome... mas os porteiros fazem-me vénia sempre que lá vou. 3 vezes por semana. E ao fim de semana. Enquanto outros procuram férias em conta no país, eu preciso de fazer 1000 km para me sentir suficientemente "dépaysé" (e sim, adoro um bocadinho de "french dropping", é tão chic!); se porventura devo ficar em Portugal durante um período de férias, tomo sedativos suficientes para só acordar no interior seguro da Quinta do Lago, com o motorista a abrir-me a porta do carro.  

No dia-a-dia não ando de transportes públicos, estão cheios de gente estranha; tamém não conduzo, não quero contribuir para o efeito de estufa, o planeta agradece. Desloco-me exclusivamente de taxi, aliás, de que me serviria ter um numero de cliente VIP se não lhe desse utilidade? E sejamos sinceros: no meu duplex ali mesmo a dois passos do Jardim da Estrela, ter carro seria uma dor de cabeça descomunal. Então, TAXI. Mas atenção: SÓ MERCEDES. Novos. E pretos. Totalmente. acho qualquer outra cor de mau gosto. A minha actividade profissional não me permite "fautes de goût". Sim, porque eu tenho um trabalho onde a imagem é primordial. Eu diria mesmo que é TUDO. Sim, sem exagero. Tirando ser bem parecido e discutir de ideias com os meus colegas/ amigos artistas e pensadores (os mesmos desde os bancos do colégio Valsassina, seguimo-nos até aos anos de orgia na Católica, e hoje recusámos estar à cabeça das empresas dos Papás, pois não fazemos puto de ideia do que nelas se passa) a minha actividade laboral é bastante light.

Sou um artista na alma, e as grades de um emprego convencional asfixiariam a minha criatividade. Pinto um quadro ou cago uma escultura de 4 em 4 anos, e consigo mover meio mundo e o outro para irem apreciar o meu laivo criativo, numa galeria daquelas de renome, cujos patronos são as empresas de maior renome ainda dos amigos do Papá. Como todo o artista, a minha necessidade devorante de inspiração para as minhas raríssimas peças leva-me a viajar pelo mundo inteiro, conhecer diferentes realidades e room services, ajuda-me a construir a minha "Humanidade"... O meu modelo absoluto é o Johnny Depp, por quem nutro uma secreta paixão platónica desde os 12 anos de idade. Detesto a adoração que lhe fazem os hipsters de 20 anos, que o descobriram como Pirata das Caraíbas. Coitados, não viveram o suficiente para conhecer a sua magnífica interpretação no "Eduardo-Mãos-de-Tesoura"... Passar do universo magnífico e surrealista de um Tim Burton para a mesquinhês de uma super-produção Disney é algo que só consigo perdoar a este ser humano, a nenhum outro! 

Para os meus amigos cinéfilos de centro comercial, sou um cliché ambulante, um rico arrogante e pedante. Para a maioria das pessoas, cujas vidas monótonas e vulgares se pintam num longo e entediante quadro monocromático, eu sou a luz que eles sonham ser e nunca serão.  Sou a cor que eles querem ter e nunca terão. Porque não é algo que se possa adqurir do dia para a noite, nem com muito dinheiro. Temos visto por aí que o dinheiro não compra bom gosto, que o digam os angolanos e chineses que pululam neste país com malas de dólares, prontos a disparar as suas notas em todas as Louis Vuitton desta vida para se aproximarem o mais possível da quintessência da elegância e do savoir vivre: EU. Por mais que se pintem, que mandem gravar LVs e GG em todas as malas, cintos, pratos, talheres e estofos de carro (quelle horreur!)... não nasceram, NUNCA SERÃO.

An Angolan Player in the NBA?

Morais, Carlos

Born: Oct 16, 1985

Height: 6´4” (1,95 m)

Weight: 200 lbs. (91 Kg)

Prior to NBA: Petro Atlético (Angola)

Years pro: R

Here is a player profile sheet that I would very much love to see shortly on the official website of the NBA. Carlos Morais is not the first Angolan player  to do tryouts in the NBA - not even the first time that he does so himself- but it is believed that he could become the first player to sign and play through regular season in the League.

In the opinion of many experts, he is not the first angolan with a great chance to integrate a team in the best basketball league in the world. Jean-Jacques da Conceição, notorious Angolan player in the '80s and '90s, headlining the team who first participated in the Olympics, was for years considered the best African player, outside America. What are the reasons for a player with that potential, as well as several other stars with as much potential, to  have never even approached the NBA (apart for the famous altercation with Charles Barkley in Barcelona 92)? In my opinion, the reasons are mainly the following:

The Path. Most foreign players, African in  particular, that make it into the NBA do so through American universities. Some rare come from the major European leagues, where  American scouts have gone increasingly seeking players. Now, with the exception of Carlos Morais, who had a brief stint by a U.S. high school in 2004-2005 (Community Christian School in Georgia) none of the other Angolan candidates  had the experience of an entire season in an American structure, even if at high school level. Is that in the United States, school sport is extremely well organized, supported and sponsored, as colleges and universities are the main hotbed of American sports champions. The competitive mindset, mental preparation and psychological conditioning, the "winner mentality" begins in high school, where jocks reign as champions in the arena. Although it may appear short, this experience always proves to be valuable, influencing the attitude of the player throughout his career, and especially, allowing him to understand what is expected from him during a tryout.

- Physicality. African players entering the NBA are generally tall (above 2.05 meters). Although he is two meters tall, Jean-Jacques, as all Angolans ever cited as potential candidates for the American League, was lighter than his direct rivals. In a competition where you can play back-to-back-to-back (3 games in 3 consecutive nights), the ability to withstand the physical shocks is paramount. With his six foot three and ninety kilos, Carlos Morais is a shooting guard in the Angolan championship, so his direct opponents would be players like Kobe Bryant, Dwayne Wade, Ray Allen and Joe Johnson. Without being physically very far from these players (we saw his good physical condition during AfroBasket 2013, from which he ended MVP), the biggest challenge for Carlos Morais to join the NBA, would be to maintain an even game level during the long campaign of 82 games, long coast to coast trips, etc...

- Fundamentals. Angola has had, throughout their numerous campaigns in continental, world and Olympic competitions, very few tall players, able to dominate the paint offensive or defensively. Thus, they early had to opt for the methodical execution of basketball  fundamentals: defense solidarity, ball movement, movement without the ball, handles, game vision, shooting. In short, the absence of big players made ​​the team aware of the need to act as a team ever since. In this context, the absence of a figurehead as other African teams with players already in NBA, forced them to work exhaustively all departments of the game. This has always been perhaps the greatest hindrance to Angolan players integrate the American League. Collectively they are good, to the point that there is a homogeneity that prevents ONE OF THEM from shining. However, there have always been some that cause greater impression, as Jean-Jacques, Miguel Lutonda and Kikas Gomes in their time, as today we have Carlos Morais. He has a strong fundamental basis, proved able to play as a team and thoroughly implement "the plan." Good defense, good shot (best three point shooter of the African Championship Tournament 2013  and top scorer of the Angolan championship in 2011 and 2013), good at handling the ball, he lacks only increased activity in the distribution of the game, as he might be expected to play Point Guard in the NBA.

- Motivation. What certainly made him stand out to the point of getting a second tryoutd by an NBA team, was his focus, motivation, willpower. Since the confrontation with the Dream Team 1992, the Angolan players saw the gap that separates the U.S. from the rest of the world in terms of basketball diminish considerably. Not because the NBA has become weaker, but because the rest of the world, which grew to admire, idolize and copy American players, gave a giant leap forward when it comes to basketball. Today the NBA has dozens of foreign players from Argentina, Brazil, Germany, France, the Congo, Nigeria, to name a few examples. The inferiority complex is over, and today, any confident and persevering player  can aspire to achieve this dream. Sure, he will still have to meet all requirements. Remain in perfect physical shape,  live according to the precepts of rigor and discipline, serving an exemplary life hygiene worthy of a top-level athlete who wants to continue to progress.

In short, Carlos Morais is part of a generation that has seen little or nothing of what was almost absolute domination of the U.S. in basketball; a generation that learned to play basketball with the And1 Mixtapes, who were dazzled  by Allen Iverson, Jason Williams, Vince Carter and Tracy MacGrady, whose un-academic style of play delight the fans of highlights and spectacular actions. He a combination of the two styles, rigor and showtime, show and effectiveness.

On the outcome of the tryout he was subjected by the Toronto Raptors, we know little or nothing. Only the enigmatic and promising photograph posted on his instagram, which shows what seems to be a player's contract, a card identifying him as a player  of the Toronto Raptors, and the tag: #OneStepCloser. 

Closer to his goal of playing in the best basketball league in the world, against the best players in the world. Closer to grow as a player, and live a unique experience so far for Angolan player; one we hope to see  repeated by many, many others.

"Excellence is never achieved by chance. It is always the result of high intention, sincere effort, and intelligent execution. It represents the wise choice among many alternatives - choice, not chance, determines your destiny. "- Aristotle.

The (Sports) Revolution Will Not Be Televised...

NBA Finals. Sempre um momento especial para mim. É aquela altura do ano em que não dá para perder um jogo. A adrenalina está ao seu rubro, e esperar pela manhã seguinte para ter o resultado/ resumo/ ver o jogo torna-se missão impossível. É que, basta olhar para o telefone ou tablet, está lá a informação toda escarrapachada. Facebook, Twitter, sites especializados de basket, blogs... O mundo inteiro já viu, comentou, analisou e partilhou a mínima acção do jogo. Então condeno-me a passar dias LOOOOOONGOS no trabalho, em que o bocejo se torna um companheiro de viagem tão ou mais frequente do que o cafézinho. É que estes jogos acontecem às 21h, hora americana (Este) que equivale às nossas 2h da manhã, e por vezes mais tarde. Esta madrugada, desliguei o televisor às 4h43.

Sendo eu fanático de basket e tecnologia, rodeei-me de todos os meios para estar informado em tempo real de todos os resultados que me interessam, e isso toma uma dimensão particular durante as Finals, em que há UM JOGO todos os dois ou três dias. Porém, devido ao horário em que passam, os jogos NBA em directo não têm o mesmo sabor que os de futebol. Não dá muito jeito, durante a semana, VÁRIAS VEZES POR SEMANA, estar a reunir com amigos à volta de uma cerveja e uma pizza para ver os jogos juntos. E assim se perde a convivialidade de um desporto muito mais emocionante que o futebol, em que as jogadas espectaculares se sucedem a um ritmo muito mais elevado, por uma mera questão de fuso horário. Felizmente, estamos numa era de comunicação instantânea, de grande progresso tecnológico, que nos permite mudar o paradigma radicalmente! 

Há uns aninhos atrás, quem não tivesse acesso a um canal codificado qualquer, não via NBA. Simples quanto isso. Hoje em dia, os links de sites onde se pode seguir os jogos em directo multiplicam-se todos os dias. Difícil estar com amigos das 2 às 4h30 da manhã? Através das redes sociais, recria-se hoje em dia um ambiente de convívio, cada um no seu canto, partilhando, comentando o mesmo momento. Ontem vivi eu um momento semelhante. Vi o jogo #4 da Final NBA com um primo que está nos Estados Unidos, uma amiga que está no Brasil, um amigo que está em Angola, uns quantos que estão em Lisboa. Tudo isto com comentários ao vivo, dentro de um grupo Facebook dedicado à nossa paixão comum, assim como o chat, e o Skype. E a seguir as estatisticas dos jogadores em directo na www.nba.com, com o Game Companion, uma tabela dinâmica que se actualiza em tempo real a cada ponto, ressalto, assistência, falta...  Não foi a primeira experiência do género, mas foi a primeira vez que o fazia com pessoas em 4 continentes e 3 fusos horários diferentes. Eu vivi uma noite de basket, em muitos pontos semelhante a outras de futebol que vivi em pubs! Havia os torcedores de uma equipa, de outra, a emoção, os comentários, as piadas, o trash talking... Faltou o contacto táctil, a cerveja partilhada (em vez disso bebi um litro e meio de água), os high fives a cada jogada espectacular, mas foi inédito e bonito participar de uma experiência destas, e tomar consciência que hoje em dia, o mundo só tem os limites que nós quisermos que ele tenha... E quando acabou, cada um desligou o seu televisor, tablet, PC, smartphone, e sem ter de pensar em como voltaria para casa, dormiu. Simples quanto isso. Apesar de a equipa por quem eu torcia ter perdido (a série está empatada 2-2, tudo é ainda possível), passei realmente uma noite FAAAAAN-TÁSTICA! 

(P.S.: Passei o dia cheio de sono e mal disposto, os meus colegas devem ter achado que eu estava doente... Eles não sabem o que é...)

Une Rose Fleuret au Poing

gare aux épines de cette rose
dont le bout est bien perçant
que de fleurets dans sa prose
que de parfums enivrants
que d'éclat dans ses pétales
d'un rouge vif comme le sang
que de la vie dans sa sève
que des soldats dans son rang
une rose qui sent le rêve
de ceux qu'on fait en chantant
une rose qui crie Liberté
pas pour demain, MAINTENANT!
une rose qui me désarme
pleine de bravoure et de charme
dont le silence est vacarme,
et dont le sein est tentant...

Fallen Gods...

Some events just make us stop for a long minute and think. About what leads us, as a society, to certain situations. We as public have a responsibility in all of this. It's time to redefine our actual wants and needs, and how we want to function as a human group. Otherwise, we will allow EVERYTHING to have its integrity compromised by interests, money, fame and 15 minutes recognition. 

We have turned sports into a spectacle where the only thing that matters is winning, at all cost. I personally believe that this is too high a price to pay. Not being able to enjoy and believe in the virtues of the very same spirit of competition that drives us in every aspect in life and helps us achieve our goals, whatever they are? Believe that everything can be sorted out with shortcuts and cheats, belittling the importance of the effort and perseverance? Losing appreciation for everything, since everything can be bought, every law can be bent, as long as we don't get caught? We have shaped our society to become something we will grow to despise. And we should not point fingers at one particular person, but at ourselves as a whole. We are failing, as a society...

Lance Armstrong "comes clean" about doping @Oprah's

Life is a bitch... but she has her reasons!

I know for a fact that life is a bitch. She has fucked me times and times again, enough for me to sink it in my brain. Life is a bitch. When you think you are building and growing, and doing something meaningful for yourself and yours... She is just waiting in the corner to rape you to blood!

I sometimes wish I was blessed with the "will to ignore", instead of this thirst of knowledge for all things knowledgeable. 

"The more you know, the less you feel...", the song says. Is it really the way it works?

I have been taught to avoid building expectations on people, situations, human relations. Our instincts of survival surpass anything our imagination can conceive, and it's only when we are drawn to deal with them we fully understand to which extent WE ARE NOT MASTERS OF OURSELVES.

I have my share of contradictions, of wrongful doings, of bad reactions. I express too much, too strongly  (for most)   the way I feel, the way I think. But after being so much aware of  "the ways of the humans", starting with myself as a subject of study, it is impossible for me to act candid, as if I could trust blindly. I don't even trust MYSELF that way (I did, and have deceived/ surprised/ shocked/ scared myself in a few occasions). At least I have the advantage of having seen face to face the worst of me, and how I can act and react in a very extreme situation. I do not recommend for any and everyone to touch rock bottom like I once did, though. 

Funny thing is, our society is organised for our survival instinct to remain asleep. Only extreme situations, who call for extreme measures, can nowadays contribute to exposing the real Nature of mankind. But when it does get exposed, what a spectacle it is! We are naturally drawn to limit risks for our own good, even if it means putting others at risk. We dare not put ourselves in jeopardy for an idea, for a principle. Unless others do it, then we can join in without having to assume it. The PACK EFFECT...

I do, nonetheless, every once in a while, put my trust in people. I cannot live in total cynicism and denial of my own wants and needs. So I chose carefully. I measure the impact of each step towards a stage of vulnerability I will achieve, in the very action of opening up my heart and soul. I want to believe that I can do better, that others can do better. I am flawed, and eventually, it ends up showing. But I have the will to improve, to surpass myself, and am fully capable of such, if I put myself in the right conditions. But it helps to be helped. It helps to feel someone is taking those same risks as me. It helps knowing that, when I open up, I am not a mere option, but a priority for the persons I open up to. Because I make them a priority for me. And though I sometimes fail to convey that, I have made immense efforts through the years to make it quite evident for those I love.

I should have known better. I should have learnt to expect nothing from no one. But I am a romantic, an idealist, a fool. I advance in life without an emotional plan B. I place all my chips in the ones I love, and sometimes it scares the hell out of me. I have lost. I have dealt with the loss. If necessary, would be strong enough to deal with it again. This I know for a fact. But I do not want to. It takes a lot of energy to be positive, not so much to smash what  has been built. And I hope it's just skeptical me fearing the worse (as life has taught me), but it feels like storm is coming once again. I only wish those I stand by and who REALLY stand by me will prevail through the ordeal. 

Life is not easy. It never was supposed to be. We are born, we die. In between, we try to make some sense out of it. That's where I stand. Today and until the end.

Daughters, Roots and Wings...

I listened to Nas's song, "Daughters". Like any normal father, I thought about my own. Living in another city, in another country. My beautiful 7 year old I am so proud of, who is so much like me in certain ways, so different in others... The one I love and cherish above all. The one I dedicate every effort and breath in my life to.

The song got me thinking. My daughter is 10 years younger than Nas's, so he is dealing with a whole different level of problems, problems I aforesee, but have no means of dealing with until they HAPPEN. But the tender age of 7 brings its own lot of parenting issues; I would say, it is a crucial stage in a child's development. My daughter loves me. And she damn sure knows I love her.

But am I a good father?

Who knows. We think we do enough, we think we do the right thing, we make choice in their name because they are in no position to make them themselves, and then sit and wonder if our choices were correct. Then life answers to us, sooner or later.

The thing is, I wish I was a better father. A more present one. One she could actually call and SEE within minutes, when she needs to. But such is life... I do what I can with whatever means I am given. More than child support, more than money, more than cool holidays, a father is supposed to be the ultimate reference for a daughter, a role model, The Man Above All Men, the one who will define the type of men she will consider letting into her life. What does she see when she is with me? What is HER perception of HER Father?

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 I have her for vacations, weekends when I can, I spend quality time with her, but I skip all the day-by-day hassle, much to my own sorrow. I didn't sign up for this. Having kids and not living with them is not my conception of family, yet, it is my current status. Life made it so, and though I have made my peace with it a long time ago... I can't help but wonder (and see) in which way it affects my daughter.

I am not perfect, nor will I ever be in her eyes. Every day in this world I try hard to BE the father I want to be, I can be, she needs me to be. From a distance, but not at all absent. Concerned. Protective. It is not an easy task to raise a child, it is even worse trying to do it from another country. That is why I have to give a lot of props to her Mother. No matter what went down between us, we share the best thing in the world. And she has taken over the task of taking care of our precious treasure DAILY. To the best of her abilities. My role is a frustrating one, quite like when my daughter was still in the belly, and I was passive, waiting... Well, not quite passive, since I was helping create a secure and comfortable environment for her coming. Guess I have to continue to do that, but to a whole different level. And succeed better. 

I have to teach my baby girl the difference between right and wrong. I have to give her the tools to face whoever, whatever situation. Teach her how to fight. Not literally, of cousrse. But fight for her ideas. For her values. For her integrity. For her ambition.

"The only things we can give our children are Roots and Wings".

Roots to keep them grounded, give them sense of where they come from, of their own History, their family and cultural richness;

Wings to help them achieve their goals on their own, reach their full potential, fly in the direction they chose to, with confidence and awareness.

Parenting is a lot of work. The only one that can give you grey hair and an everending smile at the same time. You do your best, and you'll get a few things right... Eventually... The secret is to never stop trying...

"They grow fast
One day she’s ya little princess, next day she talking boy business
What is this?
They say the coolest playas and foulest heart breakers in the world
God get’s us back, he makes us have precious little girls"

Nas, in Daughters

Stop Kony 2012 - a worldwide appeal to the masses

The power of words, the power of communication: yesterday morning, no one I know had ever heard about Joseph Kony. Today, he is World's Public Enemy number 1! Regardless of how little we know about him or his army, his current whereabouts or the situation in Uganda! for all we care, he is the next target to be brought down, because a video on facebook told us so!

ALL HAIL THE BIG BROTHER! HE IS LEADING THE WAY! LET US BLINDLY AND TRUSTFULY FOLLOW HIM, FOR HE KNOWS THINGS WE DO NOT, AND IS MORE LIKELY TO TAKE US TO THE PROMISSED LAND OF BLISS!

Guess there is no questionning why Zuckerberg has been elected Man of the Year in 2010 by TIME Magazine. He created a tool that made possible the kind of sheep-like behaviour we are now experiencing every other month ON A GLOBAL SCALE like never before, with some tragic news or reality brought to us via facebook (many of which are often proven hoaxes, false or inaccurate). 

One thing I am sure, and I can bet right here, right now: with this title, given the HYPE surrounding the subject, this might become the most read post on my otherwise discreet blog!

I am in no position to criticize the actions of Invisible Children Inc., the organisation raising awareness about war criminal Joseph Kony. A little research on the net allowed me to aknowledge his existence - Yes, I checked; I had never heard of him, and I do not take for a sure fact whatever I see or hear on the internet, and you shouldn't either!

So, in the 30 min. film that's shocking the internet, Kony is depicted a war lord, the evil type you only see in movies, and you sometimes wish you could kill with your own hands. He has a history of violence, terror and barbarism in a country (Uganda) no stranger to that matter in the course of the 20th century (Idi Amin Dada is the worst possible exemple). He enslaves, enrolls children in his army. He rapes, terrorizes, burns down villages, leaving a thread of blood and desolation upon his path. But what does his army fight for (do they even fight, still)? What is the reason of the conflict going on there? Who are the parts involved? What has the international community done about it? All of these questions have little or no answer in the film. They focus primarily on the character of Kony ("a lame name for a war lord if you ask me!" a friend of mine wrote on facebook!!!) and his mischevious behaviour. Nothing justifies his and his army's conduct, that is a sure fact. No arguing about it, once again. But we need to have a broader perspective in order to avoid acting without thinking, yielding to immediate emotions who are very normally triggered by the exposure of such tragic facts.

The movie focus on getting YOU involved. It tells how little the US government is willing to do about the situation, and how YOU can be one more voice to make this matter heard. It has gotten celebrities involved. It has gotten politicians involved. Let's make Kony famous, so he cannot escape, anywhere on this planet. The deadline is december 31st 2012. If WE don't catch Kony by then, WE will have failed miserably, thus proving we are not worthy human beings, and there is no hope for the future.

So marketing for the greater good has been deployed. The image of Kony, Bin Laden and Hitler, in a Shepard Fairey-like stylisation, is likely to become the front logo of this fight, like the Mask of Anonymous has become the symbol of internet "justice". Bracelets are being sold, funds are being raised, protests are being held, the world has REACTED, has awakened from its dorment state to fight a just war. The communication is aggressive, and it ought to be. The only way to deal with this type of problem is being relentless about it.

Awareness is raised. The planet is mobilised. WHAT NOW? Shall we go massively to Uganda with a gun and a photo of Kony, and flood him out the jungle? OOH! Wait, he is not in Uganda no more, he is in Congo! How about military intervention? how easy is it for a country to send troops to another to catch a militia? not that hard, right? I mean, they are hiding in the forest, and there's only so many trees... (but why, then, the FARC has lasted so damn long in Colombia?????)

Let's say it's remotely simple to send armed troops to wherever he is hiding and get Kony. if he has such fearful army, he will not go down without a fight. And his soldiers, according to the documentary, are... CHILDREN! Are we going to send an army kill children to save children? Hell of a metaphysical question I would not like to answer...

In my humble opinion, there are some things wrong with this approach:

-This very romanesque-like action, made legitimate by envolving the Humanity in its whole (meaning: those with facebook. Who today are more than the world population 200 years ago, as stated in the video. Yet to check those numbers) is based on a very long struggle from the IC organisation. They started this fight a while ago, as far back as 2003, and it's all very honorable of them to have taken real interest, persevered with the will of bringing this subject to light. But situation in Uganda evolved. The facts remain the facts, but today, Kony does not represent the same level of threat he did in the early and mid 2000s. He is still accountable for his crimes, and there is no doubt he should pay for them. But there are other priorities, such as dealing with the traumatized survivors of all these tragedies, or dealing with much more active warlords around the globe;

-Other thing is, they invested a huge amount of energy and funds in this cause, and it has now become not quite irrelevant, but more symbolic than effective. The LRA, Kony's army of fanatics, is surviving in exile outside  the Ugandan borders. The Ugandan army itself could be held accountable for crimes of war, yet Invisible Children Inc. has them as their allies in this war on war. Disturbing, to say the least;

-Finally, the goal of Invisible Children is CLEARLY to force US to take action into their own hands and "help"(?) the Ugandan finish once and for all with Kony's actions. Though, I maintain, it is a noble purpose, it is also a way of interfering with a country's internal affairs in a way that bothers me. They have done it all through the 20th century, and the begining of the 21st, Lybia being the most recent example of it. Khadafi was a criminal too, but by taking action in a total extrapolation of UN's resolution that aimed to protect civilians EXCLUSIVELY, the Allied Forces who took the man down have acted in their own particular interest, regardless of what the African Union, for instance, had to say. There are not such interests in Uganda, and that dictates a much bigger restraint on this matter. Which is good in a way, because africans are entitled to fight their own fights, and deal with their own internal plagues. Westerners have no right to "play God", saying "we will stop Joseph Kony, and I will tell you how we will do it!" That is a dangerous simplification of a complex situation. And relying on war criminals to catch war criminals is the type of situation that allowed the talibans to rise and shine at the dawn of the century. With the impact we have all come to know and regret...

My point, and it's a little cloudy here, is that most of the time, it's not just a matter of will that'll change a given situation, however bad it may be. There's a lot in stakes here, a lot to think about, one of the points being, once the awareness is raised, finding an accurate realistic way of ACTING for those children in danger, for the terror to end, for the scars to heal.

Another issue this whole Kony Campaign raises is the eternal paternalism of western countries towards Africa, and developing countries altogether. Is it up to american students, activists and organisations to do a Government's job? For how long will Africa be under intravenous infusion, depending on the western world for aid, for conflict resolution, for HUMANITY????

Is Africa going to be THAT ILL FOREVER, that it cannot find within its sons and daughters the cure for its own  condition? Will the world Peace rely more easily on american filmmakers than on National and International organs of Sovereignty?

"If you want to help a man, don't give him the fish, teach him how to go fishing."

Proverb

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Related links:

International Criminal Court Investigation opening on Kony:

 http://www.icc-cpi.int/menus/icc/press%20and%20media/press%20releases/2004/prosecutor%20of%20the%20international%20criminal%20court%20opens%20an%20investigation%20into%20nothern%20uganda?lan=en-GB

Kony aknowledged as a global terrorist:

http://www.voiceseducation.org/category/tag/lis-specially-designated-global-terrorists

Invisible Children Inc website:

 http://kony2012.s3-website-us-east-1.amazonaws.com/

LINSANITY, part I (the making of the American Dream)

10 Days. It was all it took Jeremy Lin to be given a spot on the court, take it and not leave it anymore, making it into the starting 5. It all started on February 4th.  Mike d'Antoni, head coach of the New York Knicks, out of options after a very bad start in the season , throws a "kid" into the yard as a point guard. Jeremy Lin, 23, ex Golden State Warrior, ex Houston Rocket, undrafted in 2010, roughly 5 minutes per game so far this season with the Knicks. And then...

BOOM!

After 36 minutes, the fans, the staff, the WORLD had to rub their eyes to read the stats line! 25 points, 7 assists, 5 rebounds, 2 steals, 1 turnover against the New Jersey Nets, against All Star point guard Deron Williams... and the WIN!!... WHAT IN THE WORLD WAS HAPPENING!?!?

The Madison Square Garden found the most unexpected hero in this low profile so-far-under-the-radar young player of chinese descent. It was a total surprise to see him shine the way he did and help the Knicks obtain a long sought victory. TOTAL SURPRISE, you say? Well... it depends for who...

During the pre season of 2010-11, when Lin, fresh out of Harvard, was playing at the NBA Summer League in Vegas, he did quite an impression on some insiders. Especially when he was opposed to soon-to-be first round draft pick John Wall, and was far from ridiculous. 6/12 from the field in 28 min. (Wall was 4/19 in 33 min) owed him an ovation from the audience at the end of the game, and the interest of a few scouts from the NBA. He ultimately signed, undrafted, foro his home team, the Golden State Warriors, who were in no position to give him the place under the spotlight we now know him to deserve.

February 6th 2012. Big Star Melo Anthony out on an injury, Stoudemire out mourning his brother, dead in a car accident... Seems like Lin will be given another chance to run the show against Utah. 28 points, 8 assists, 2 rebounds, 2 steals (8 turnovers...) and yet another win! HE DID IT AGAIN! To this point, the hype is starting to build up. So does criticism. "Lucky games", "he hasn't faced a real point guard yet" (REALLY??? what do you consider Deron Williams to be???), "that hype will crash once they play away from home"...

Ok, so the time has come. The opponent team? Washington Wizards. The place? Away. The direct opponent? no other than JOHN WALL HIMSELF. This starts to look like a real test now, doesn't it?And what's the verdict? Well... Wall ended the game with 29 points, 6 assists, 1 rebound, 1 block and 2 steals. Lin had 23 points, 10 assists, 4 rebounds, 1 block, 1 steal... and the victory AGAIN!!!  History repeating, Lin is ovationed by the crowd, away from home, inside Wall's walls!

There is no denying it now! Lin is all over the news, America's newest sensation, and it didn't take him much longer to make the cover of Sports Illustrated: an epic win over the Lakers and a dream stats line - 38 pts, 4 rbds, 7 asts, 2 stls in 39 minutes; even Kobe, who prior to the game was saying Lin was «nothing to make a big fuss about», had to bow down to the New Emperor of New York!

After a hard earned win over the Minnesota TimberWolves, of Spanish boy wonder Ricky Rubo, Lin was submitted to his second big test: the return of Amar'e Stoudemire. Back from his mourning period, he was now to play with the new found starting point guard (since Baron Davis doesn't seem to be coming out of the infirmary anytime soon...). Observers said the challenge for Lin would be to keep that level of greatness once the two Superstars would return to the court. With  Melo still out, it wasn't the real deal, but there was already half an answer there.

The game was not an easy one; José Calderon and his Raptors  were well aware of what they were dealing with, so they gave NY no rest. Still, LINSANITY STRUCK AGAIN! He ended up being the top scorer of the game (27 points); he had the most assists (11). He pulled it off quite well, pick-and-rolling with Amar'e like we thought he would, paving his way into the basket everytime he could, giving the tempo for the born-again NYKnicks. but his last nail on the coffin, his coup de grâce was definitely his 3 point shot ForTheWin! AND  ON VALENTINE'S DAY! (renamed Va-LIN-tine's Day for the occasion...) With 0.5 seconds to play after J-Lin dropped his nonchalant-like 3 point bomb, there wasn't much the Raptors could do. HE OFFICIALLY BECAME A LEGEND at that very moment!

 Would the season end now, this young player would be crowned the MIP of 2012. From unsigned hype to benchwarmer to clutch player in just a matter of days... The American Dream doesn't get any better than this! Hollywood could not have pulled this one off, by any stretch of the imagination!!!! No writer would have dared to combine such improbable odds and turn it into a movie, EVER! Ivy League graduate becomes New York's Finest! Anonymous player makes a staggering breakthrough in the NBA! Chinese player becomes 2012 NBA jersey's best seller! the Madison Square Garden stock is on the rise, thanks to merchandising profits generated by LINSANITY! Boy Wonder breaks Shaq's record for most points scored in the first 5 games as a starter in an NBA team!

So now, the city of New York, the entire United States, the whole Basketball Planet, as well as the financial world, the NY Stock Exchange, the top execs at Nike and over a billion people in the asian continent have their eyes focused on this young player of chinese descent. Does it really matter what origins he has? Well... I would love to say no, but the fact is that it does. It may have played a role on him being so underrated despite his playmaker skills. Had he had other physical features, he probably would have played more minutes in Golden State, and once they realised the gem they had in hands, he would never had flown away from home; had he not been of chinese origin (the most populous country in the world), the potential for sales in the asian population (as well as the one for All Star Game votes next year and the ones to come, if the phenomenon proves to be a lasting one) wouldn't have been this big in and out of the US, and he wouldn't have a signature shoe after only 10 days of media exposure (yet to be confirmed or discarded as a hoax, but so probable...)!!!!!!!!!!

And crazy as it sounds,Jeremy has only played six games since the 4th; he hasn't had time to take some time out and analyse what is happening to him; he sure must be feeling blessed to have had the opportunity to display his talents and help his team win. He sure must think it's crazy to be propelled into the BIG GAME like this. The media attention, the pressure, the absolute obligation to perform. He is dealing with it. One day at the time. One game at the time. Let's not put him just yet in Yao Ming's footsteps, but he sure is now single-handedly representing the asian community in the NBA. I sincerely wish him the best outcome to his American Dream!!!

PS: There is Sacramento on the menu tonight. Let's hope, for the sake of the fairy tale, that they keep winning, to even their W-L balance to 15-15.

BAD BOYS TURNED GOOD... (PART I)

Loon. Shyne. Mase. Les deux points communs entre ces trois hommes?

1- Ils ont connu le succès à l'échelle planétaire, en étant des têtes d'affiche du label Bad Boy, du non moins célèbre (voire bien plus) Sean "P. Diddy" Combs. Vous savez, le mec qui a découvert le Notorious B.I.G., qui est devenu multimillionnaire grâces à lui? Bah voilà, il a lancé ces trois mecs là, qui ont tous connu un succès considérable. En peu de temps, ils ont connu la gloire, Mtv, les voitures, l'argent, les femmes, le sommet du monde qui leur permettait leur notoriété acquise dans le rap.

2- Ils ont tous les trois embrassé la foi, dans des circonstances différentes, en quittant le label qui les a rendus millionnaires. Mase est devenu pasteur Baptiste, tandis que Shyne et Loon se sont convertis au judaïsme et à l'islam, respectivement. Passés d'une vie d'excès en tout genre, de champagne au réveil, de femmes fascinées par leur richesse et influence, à une recherche de paix, de vérité plus profonde et durable que le miroir aux alouettes qu'était leur vie de débauche. Des hommes jeunes, ayant connu le meilleur et le pire, l'enfer des ghettos et le luxe des palaces, la vente de crack et les disques de platine, les familles monoparentales et les "entourages" de vautours, décident de mettre fin à leurs "vies de rêve" pour embrasser la religion.

La question que je me pose est donc la suivante: trois rappeurs du même label qui traversent une crise spirituelle et partent en recherche de lumière dans les saintes paroles, c'est un ratio assez élevé, tout de même. Faut qu'ils aient été exposés au "péché" dans des proportions gargantuesques, à s'en dégouter, pour ressentir aussi profondément le besoin d'en sortir, là où d'autres s'en accomodent parfaitement. QU'Y A-T-IL CHEZ BAD BOY ENTERTAINMENT QUI PROVOQUE DES CRISES MYSTIQUES????? Et surtout, comment ça se fait que celui qui est le plus exposé des Bad Boys, Sean Combs, le CEO, le big boss, celui qui depuis la période Biggie Smalls aimait déjà être sous les spotlights, n'en soit pas affecté, et continue à multiplier les femmes, les enfants de mères différentes, les voitures outrageusement chères, les villas, les fêtes qui feraient passer les orgies romaines pour des goûters d'enfants?

P. DIDDY EST IL LE DIABLE???????